temporadas
(1988 a 1994/ 1999 a 2000/ 2003 a 2005 e 2007),
o espetáculo teve diferentes formações
em seu elenco, que incluiu nomes como Lelo
Filho, Moacir Moreno, Frank Menezes, Ricardo
Castro, Fernando Marinho, Diogo Lopes Filho,
Igor Epifânio, Ricardo Fagundes,
os paulistas Geraldo Jr.
e Wilson de Santos e o atual
núcleo que está em cartaz comemorando
os 18 anos da montagem: Jarbas Oliver,
Nilson Rocha, Bubba de Campos e
Lelo Filho, que passou a assumir
a direção do espetáculo.
Para
arquitetar a montagem, os “patifes”
foram buscar inspiração em textos
clássicos da comédia brasileira
da década de 80. O fio que une os três
quadros incluídos no espetáculo
é a discussão do teatro dentro
do teatro.
No
primeiro, O Calcanhar de Aquiles, a crítica
e a vanguarda são os alvos. Baseado
em texto do premiado autor Mauro Rasi
(Pérola, A Estrela do Lar
etc.) o esquete confronta uma crítica
de teatro com uma atriz disposta a interpretar,
sozinha, 60 personagens de uma tragédia
grega.
As
cenas seguintes, pérolas do teatro
besteirol escritas por Miguel
Magno e Ricardo de Almeida,
ironizam vários gêneros teatrais
em O Ponto e a Atriz e o ensino do teatro
em Fanta e Pandora, onde duas loucas professoras
universitárias dão ao público
uma improvável aula sobre a influência
de dois fonemas no teatro javanês, durante
os últimos 15 dias do século
XII a.C.
A
Bofetada resgata o humor popular
com uma embalagem cênica moderna, mas
tem inspiração nas antigas chanchadas
do cinema brasileiro, nos programas de auditório,
no besteirol carioca e nos espetáculos
de circo. Durante quase duas horas, os atores,
que se revezam na composição
de 12 personagens, levam para o palco o dia-a-dia
de cada cidade onde se apresentam, através
de improvisações – marca
registrada da Cia. Baiana. A Bofetada
é, antes de tudo, uma grande homenagem
ao teatro através do riso, ou melhor,
da gargalhada.
Transformar
o cotidiano em humor rendeu à Companhia
Baiana de Patifaria um vocabulário
recheado de expressões populares que,
pelo efeito provocado em cena, acabam adotadas
também pelo público como o exagerado
cumprimento característico dos habitantes
do interior da Bahia - oi, qui é
qui ai, como é que vai, tá boa?
Adorei milhões, ô xente, hoje
eu tô tão tão que nem
nem, e o famoso bordão
“é a minha cara”. |